História da Igreja Presbiteriana

de Botucatu


 Publicado originalmente na agenda anual de 2002 da Igreja Presbiteriana do jardim Paraíso

O primeiro templo estava localizado à rua Cesário Alvim (hoje João Passos) no lugar onde hoje se ergue o edifício do Instituto Prebiteriano.

Considera-se o ano de 1885 como sendo o da fundação da primeira Congregação Presbiteriana em Botucatu. 

Sabe-se, porém, que a vinda de evangélicos para o alto da Serra é muito mais antiga do que isso. Já na segunda metade dos anos 60 do século XIX (anos 1800), aportaram ao Brasil americanos procedentes de várias cidades sulistas dos EEUU, emigrados após a Guerra da Secessão  que, naquele país, dividiu o Sul e o Norte. Figura muito conhecida entre todos eles, era o Major Robert Meriwether, que aqui viveu e criou grande descendência. Imagina-se, tenha sido ele um dos primeiros a propagar o Culto Presbiteriano na cidade de Botucatu.

Os anais presbiterianos, no entanto, atribuem a Domingos Soares de Barros o mérito de ter se transformado no propagador do Culto Evangélico e incentivador de sua organização na cidade. Maçon, Domingos Soares de Barros, travou conhecimento com a Palavra de Deus, através da Bíblia da Loja Maçônica local, livro que servia para os votos e cumprimentos maçons.

Destacado agricultor, Domingos Soares de Barros, teve grande participação na comunidade, tendo sido um dos signatários do Manifesto Republicano de 1873, resultado da Convenção de Itú, que passou à História do Brasil como um dos fatos mais importantes da Nação.

Em Botucatu, e na ausência de qualquer Casa de Oração, conta-se ser dele um voto a Deus: “Se aparecesse alguém em Botucatu, que pregasse as doutrinas da Bíblia, ele construiria uma casa  para aquele Livro”.  Apareceu!!! O Reverendo Chamberlain, fundador da Escola Mackenzie, em S. Paulo, tomou conhecimento desse voto, durante uma de sua viagens a Lençois Paulista e, aproveitando a curta distância entre as cidades, resolveu aqui chegar. Do contato com Domingos Soares de Barros, feito durante um jantar, incentivou-o a levar adiante sua proposta. Nasceu desse contato e do esforço dele resultante, a primeira Casa de Oração Presbiteriana de Botucatu.

Desconhece-se a data dessa reunião, porém, é muito significativo o fato de ter residido em Botucatu, por quatro anos (1881,82,83,84), o reverendo George Anderson Landes, vindo de Nova York. Faltam registro mas, como o período foi anterior à fundação da Igreja (1885), é muito provável que o reverendo americano, tenha servido como “Moderador” na organização da Igreja local.

O primeiro templo estava localizado à Rua Cesário Alvim (Rua João Passos), no mesmo terreno onde hoje se ergue o Instituto Educacional, tendo sido membros do primeiro Conselho, o pastor Rev. João Ribeiro de Carvalho Braga e os presbíteros, João Tomás de Almeida e Alberto Araújo, sendo diáconos Eduardo José Duarte e Domingos Soares de Barros.         

O Reverendo João Ribeiro de Carvalho Braga destacou-se na vida social e política da cidade, vindo a ser membro da primeira Junta Republicana de Intendentes, indicada para governar o município nos princípios de 1890; mas existiram membros da Igreja dos primeiros tempos, que se transformaram em outras figuras destacadas, pela sua grande dedicação ao bem público:  entre eles o médico Dr. Vital Brasil Mineiro de Campanha. Acostumado a correr as fazendas e testemunha dos sofrimentos com as mordeduras de cobra, Dr. Vital especializou-se no tratamento das afecções provocadas pelo veneno. Suas pesquisas levaram ao desenvolvimento do soro antiofídico.

Domingos Soares de Barros, tão logo organizou a Igreja em Botucatu, dedicou-se também  a dar forma à primeira escola de formação multidisciplinar. Conhecida na História da cidade como Escola Botucatuense ou Americana, foi administrada por muitos anos pelo Colégio Mackenzie de São Paulo, tendo como diretor, o mesmo Horace Lane, também diretor naquela escola paulistana.   

A Escola Botucatuense ficava na confluência da Amando de Barros com a Leônidas da Silva Cardoso e recebeu, no seu início, alunos das colônias de americanos emigrados para o Brasil, bem como os alemães e descendentes de outras nacionalidades. Como escola de formação multidisciplinar continuou ligada ao Mackenzie College até a segunda década do século XX. Foi a época em que ali trabalharam as mestras Miss Dascomb, Miss Nanie, Miss Emma Browing e Miss Louise, personagens de todas as histórias da Escola e sempre citadas com saudade.

 O Mackenzie College deixou a administração da Escola Botucatunse na segunda década do século XX, tendo passado a gestão ao Reverendo Coriolano Dias Assupmção.




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