Cemitério
Portal das Cruzes
O
Cemitério Portal das Cruzes (foto Sidney Trovão) foi aberto para
enterramentos em 1893. Até o advento da República, em 1889, católicos e
presbiterianos mantinham seus próprios cemitérios. Com a separação
entre Igreja e Estado, fato advindo após a proclamação, o primeiro
governo republicano, estimulou os municípios no sentido de que as
necrópoles espelhassem a nova realidade.
Em Botucatu, o antigo cemitério
católico localizava-se na confluência da Marechal Deodoro e General
Telles, ocupando todo o espaço onde hoje está o Forum da Comarca, nos
fundos da antiga Matriz. O cemitério presbiteriano, por sua vez, estava
estabelecido na Boa Vista.
Essas duas necrópoles viram
encerrar suas atividades,aos poucos, a partir do momento em que o
Portal das Cruzes foi entregue, isto em 1893. Porém, ambos, foram
desativados somente anos depois.
O cemitério Católico finou-se
quando funcionários da muni-cipalidade, em 1899, promoveram o translado
dos despojos que restaram após o prazo
dado pelo intendente Ferraz de Sampaio. O presbiteriano, por sua vez,
foi desativado em 1906, quando a Mesa Synodal anunciou que passaria a
usar o Portal das Cruzes.
As valas comuns
Alguns mistérios
cercam os 107 anos de existência do Portal das Cruzes. Um deles diz
respeito à localização de valas comuns, criadas para comportar
transferências de ossadas, logo após a desativação de outros sítios
funerários.
Pelo menos três (3) delas foram
abertas e receberam enterramentos coletivos. A primeira vez que isso
ocorreu foi em 1899, quando por determinação do intendente Rafael
Ferraz de Sampaio, funcionários da Câmara derrubaram os muros do
Cemitério Católico e transferiram as ossadas ali restantes.
Em seguida foi a vez dos restos
depositados na Praça do Bosque, em cemitério dos fundos da antiga
matriz. Eram poucos, mas permaneceram ali
até 1902, quando a municipalidade resolveu criar um jardim no local do
primeiro centro administrativo.
Em 1906, com a desativação do
Cemitério Presbiteriano da Boa Vista, também foram feitas novas
transferências ao Portal das Cruzes.
Em todos esses casos os
despojos não reclamados foram lançados em valas comuns, cujos locais
permanecem ignorados.
Finalmente, em governo recente
foram lançados ao solo, também em vala comum - a quarta identificada -
despojos que lotavam o único ossário existente no Portal das Cruzes.
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