A ideia nasceu quando se aproximavam as
comemorações do Centenário.
Pretendia-se negociar com a Sociedade Italiana
de Beneficência a
desapropriação de todo o quarteirão do Bosque
onde, no passado, estava
construído o Teatro Espéria.
O Espéria chamou, no seu inÃício, Teatro Santa
Cruz. Havia sido construído
no século XIX. Era feito em madeira mas ganhou,
em 1902, uma fachada de
alvenaria, com primoroso acabamento. Essa
fachada tinha mais ou menos 8 metros
de profundidade e era constituída de dois
andares. No térreo ficavam o hall,
secretaria e banheiros. No andar de cima
funcionaram, sucessivamente, o Aero
Clube, o Grêmio Literário e Recreativo e por fim
o Centro Cultural (desde sua
fundação, em 1942).
Na manhã de 21 setembro de 1951, o Espéria
pegou fogo e teve toda sua parte
de madeira consumida pelas chamas. Foi um alvoroço.
A população correu para
ajudar, transferir móveis, tirar pertences das
entidades e salvar o que dava.
No final, sobrou só a parte de alvenaria.
Muito tempo antes, construído pela Misericórdia
Botucatuense, o Teatro Santa
Cruz foi transferido para a Sociedade Italiana
de Beneficência, numa das crises
da entidade. Trocou de mãos e de nome. Passou a
ser Espéria. Foi por essa
razão que, no iníio de 1955 a Prefeitura de
Botucatu pretendia entender-se
com os Italianos locais para firmar um
compromisso e, no terreno que antes era o
Espéria, constituir um Jardim... O Jardim do
Centenário. Existiam problemas, o
preço estava sendo discutido e os jornais
falavam: "Será mais uma
contribuição valiosa dos peninsulares que moram
em Botucatu, esses mesmos
italianos que, com tanto entusiasmo e fibra,
souberam trabalhar para o
engrandecimento desta cidade".
Desolado,
Sebastião
da
Rocha Lima, do
Centro
Cultural (de chapéu)
observa
os livros
salvos
do incêndio.
Esse acordo realmente saiu mas, o Jardim ainda
demoraria muitos anos. Só
mesmo no final dos anos 50, no governo do
Prefeito João Reis, é que veríamos
o projeto terminado. Uma marquise chamada
"brasilinha" (uma
referência à Capital Federal), uma fonte
luminosa, colorida com as cores da
Itália e uma reforma ampla nas escadarias.
No governo passado (Pedro Losi) a fonte passou
por mudanças. Suas pastilhas,
que lembravam as cores da Itália, foram substituídas
por outras, azuis e a
fonte voltou a funcionar, mas por pouco tempo...