O
baile dos 100 anos
O
baile de gala, comemorativo dos 100 anos, começou a ser preparado no
início
daquele ano. Houve, porém, acontecimentos que antecederam ao grande
evento e
contribuíram para torná-lo magnífico.
A escolha
da Rainha do
Centenário
Botucatu
estava impressionada com
a gala das comemorações do IV Centenário de São Paulo e resolveu ter,
também a sua Rainha. Desde o início do ano o Botucatu Tênis Clube ficou
encarregado de conduzir o concurso para a escolha da Rainha do
Centenário e,
tendo à frente João Passos, que também era vice-presidente da Comissão
Executiva das Comemorações – de todas elas, o BTC começou a receber
inscrições das candidatas. No início apareceram três: Ivanildes F.
Vieira
representando o Teatro Amador de Botucatu, o Clube 24 de Maio e os
Esportistas;
Wilma Ferreira de Sá representando a Associação Atlética Botucatuense e
Ceres Cacacce, representando a Liga Estudantina Botucatuense.
As apurações
eram feitas
semanalmente, com a abertura dos votos, nos auditórios da Rádio
Emissora de
Botucatu, a então PRF-8. Desde o início, em janeiro – quando
aconteceram as
inscrições, até a apuração final em 3 de abril, muita água rolou: A
candidata da AAB desistiu logo no mês de fevereiro e, quando chegou
março,
inscreveu-se uma nova candidata, Maria Aparecida Vieira, mais conhecida
como
Aparecidinha, como diziam os jornais "figura de destaque nos meios
sociais
botucatuenses".
No muda-muda
das apurações,
Aparecidinha foi consolidando sua posição até chegar em 3 de abril
vencendo a
segunda colocada por uma grande margem de votos. Mais uma vez estavam
presentes
na apuração final, no prédio da F-8, o Silvio Mattos, João Passos, José
Faraldo, Milton Mariano, professor Oswaldo Minicucci e José Paolini.
Contados
os votos e escolhida a Rainha do Centenário, às concorrentes coube o
título
de princesas do Centenário.
Chega o
Dia da Coroação e o
Grande Baile
Botucatu
não tinha salões para bailes. Como era de costume, jogos, festas
cívicas ou
bailes eram feitos no único Ginásio de Esportes da cidade, o BTC.
Combinado
para encerrar as
comemorações do dia do Aniversário, o Baile do Centenário lotou as
dependências da Quadra do Ginásio de Esportes. Distribuídas as mesas
junto
das paredes, como era o costume, os casais foram chegando e esperando o
momento.
Perto das 23
horas começou um
grande show para os presentes, antecedendo o baile propriamente dito:
Vindos do
Rio de Janeiro, então capital federal, vários artistas se apresentaram,
repetindo parte do show que, pouco antes, haviam feito em praça
pública: A
orquestra de Raul de Barros, Gilda de Barros, o Trio de Ouro e
finalmente,
clímax do show, Nelson Gonçalves. Logo depois eles saíram de palco,
restando
apenas a Orquestra que iria animar a festa até o alvorecer.
A
Coroação da Rainha
Antes porém, foi anunciado
que seria feita a
Coroação da Rainha do Centenário. Vestida em gala, como se vê na foto,
e
acompanhada do prefeito Emílio Peduti, entrou Aparecidinha para receber
a
coroa. O salão explodiu em palma, também, pela presença das convidadas
de
honra da festa municipal: A Rainha do IV Centenário de São Paulo e a
"mais bela esportista de São Paulo e, depois, atriz da TV Tupi, Georgia
Gomide. Coroada a Rainha a "majestade" paulistana passou a colocar as
faixas de princesas do Centenário de Botucatu, nas botucatuenses. Em
seguida, a
orquestra de Raul de Barros passou a tocar para os presentes. Passava
da meia
noite, mas ela ainda era uma criança. Os últimos casais saíram do BTC
quase o
relógio passa das 6 horas do dia 15.
Lourdes
Baptista
Peduti era como uma secretária
de seu pai, o prefeito Emílio Peduti. Lembra-se muito bem, e fala com
paixão
sobre os eventos: "A festa do Centenário foi preparada com muito
carinho pelo meu pai. Foi uma coisa maravilhosa, primeiro porque ser
prefeito do
Centenário foi uma oportunidade única. Era só aquele ano. Além disso, a
festa envolveu toda a cidade: as escolas, o comércio, enfim todos. E
para que
isso se desse eu acho que foi muito importante a disputa pela eleição
da Miss
Centenário. Houve muita disputa, acirrada mesmo, e a cidade foi se
envolvendo
na preparação do Centenário".O
Centenário
foi, na verdade, um momento de balanço na nossa vida. Mostrou
Botucatu como ela era, para os visitantes e para os próprios
botucatuenses".
Domingos
Paganini era comerciante à época das comemorações e
frequentou o
baile do Centenário, com sua esposa Olinda: "Naquele tempo a
sociedade
de Botucatu freqüentava o BTC e todos os bailes eram feitos na quadra
do
Ginásio de Esportes. E, em todos esses bailes o traje era a rigor, ao
contrário de hoje. Particularmente o Baile do Centenário foi fabuloso.
A
Botucatu vinham boas orquestras: A Cassino de Sevilha, a Continental de
Jau e
foi assim também no Centenário com a Orquestra
do Raul de Barros.
Foi inesquecível"
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